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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

. Dualidade.



 Me desculpe,

Mas só sei amar assim, intenso....

Tempestuoso. 


Eu só sei ser, assim,

Tenho cheiro de alfazema e jasmim...

Mas sou estrondoso  como um raio...


Eu  sei existir,

Mas só sei amar gritando aos quatro cantos ...

Eu só sei rezar para vários santos...


Eu só conheço o paraíso em seus braços,

Então embaixo de suas asas , aumentam nossos laços...

Escolhemos nossos passos...


Eu sou assim,

Devaneio em nosso espaço,

Não sei se sou eu, ou o mormaço...


Eu sou tempestuoso,

Mas gosto de amor vagaroso...


Colado a minha boca, 

A sua vontade,

A sua preciosidade ....


Eu quebraria todas as regras,

Faria todas as besteiras....

Eu só...

Nós continuamos um pelo outro...


Eu sou assim,

Por baixo das árvores  também sonho  em voar ...

Talvez eu só saiba continuar...


Falando sobre amar.


Foto por : Diego Gregório.



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Todos Os Caminhos Até Você.



 Sempre que tudo parece tão errado,

Sempre que tudo parece tão errado,

Eu me agarro a sua voz,

Aos seus braços....

E meu destino parece acirrado....


Ah, eu quero fugir dessa realidade dura ...

Que me dói, me dilacera, me perfura....


Sempre que dói, eu conto ao dias,

Os meses, as horas...

Pra ver se sobrevivo a essa escuridão...

Sobrevivo ao breu, a imensidão....

Que ecoa....

Na mansidão das horas...


Todos os caminhos me levam até você...


A tarde cai, e  crepúsculo ecoa...

O céu, tão lindo destoa...


O caos da cidade....


Na imensidão das horas

 você sempre estende a mão...

E alivia meu pesar, minha desilusão...


E eu ...

Eu conto os meses, os  dias...


As horas, ah ... Então percebo  que....

Todos os caminhos até você...

Eu já conheço....


E então,


Sempre existiram as horas , meu querido,

Sempre que der,

Sempre que eu puder...


Sempre, enquanto eu respirar, existirá eu e você...


Foto por : Diego Gregório (Xester) .

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

. Desastre Natural.



 Uma parte de mim precisou ir,

Eu não sei lidar com o que sobrou....

 Uma parte teve que sair,

O resto continuou...


As vezes sou apenas o eco,

A cintilar, uma memória qualquer...

A se condensar....

A tentar apagar a parte que precisou ir...


Eu sou o único a ocupar o espaço na terra ?

Eu sou o único a sentir o peso do mundo nas costas...

E deus me ajude a aguentar...

As pernas as vezes podem bambear...


Mas tento continuar...


Às vezes eu sou completo, 

Mas ecoa a minha voz sobre o vazio do meu espaço...

E então se vê, todo meu cansaço....

Sobrecarregado...

Nada ficou pra trás...

Não sobrou nada atrás...


Mas ainda sinto a parte que se foi,

E apesar de  despedir do que já fui, 


Não posso mudar o que aconteceu...


Eu estou dentro e fora de mim...







quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

.Nosferatu.



Eu corro pelos corredores, ensandecido 

Eu nunca tinha feito nada parecido....


Eu vou desvanecer em  mim, 

por  entre esses corredores fantasmagóricos, 

Eu faço meus atos alegóricos... 


Existe   um monstro à espreitar ali, 

no fim do corredor.... 

Eu me afago, e me dilacero a todo vapor... 


Monstruosidade a me olhar, 

Deseja-me, 

Deseja-me  depois do crepúsculo... 

Para que eu seja seu amante, e não só maluco...


Eu corro por corredores fugindo da luz,

 não consigo tirar os olhos da monstruosidade que me seduz....

faço tudo que  o mão induz....

e  tudo que se seduz...

Bestialidade a me  fitar, 

Deseja-me, 

Deseja-me  na escuridão,

Lá fundo no meu ser, serei imensidão...


os corredores gelados , como rio... 

A  monstruosidade ri, de tudo que se partiu...

Deseja-me ....

Deseja-me enquanto o sol se põe  cintila,

meu corpo fraco oscila.... 


dentro da escuridão eu sou imensidão . 





domingo, 3 de dezembro de 2023

.Na Borda Fria.



A  vida é complexa não ?

Com uma pequena

marca d’água

Na borda....


Tudo transborda e muda o rumo ...

Tudo se desorganiza ....

Se desfaz...

Se esgota...


 Mas pode ser refazer ?

Pode remontar tudo que foi desvinculado ?


Na borda fria do mundo

Havia um garoto...

Que viu seu sonho afundar...

Preso por entre paredes brancas...


As pernas falhavam...

Parado,

Enquanto as folhas de outono caíram ...


 Não há escuridão maior do que já enfrentei...

Ou será que há?

 Dentro da escuridão tropecei....

Quem sabe se eu sai...


Na borda  fria do mundo havia um garoto,

Com seus braços finos e tortos...

A esperar a imensidão acalmar ....

O que ele  já não sabe falar...

Apontar ...

Arrumar...


sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

. Exposto.



 A luz do sol, incomoda meus olhos...

Eu fujo, com meus braços tortos...


Eu não sei mais cintilar....


Eu não sei mais para onde olhar....


 me pego assim : sozinho ( a maior parte do tempo)

Buscando me encontrar  com quem me olhe com carinho...


E vagueio comigo mesmo....

Por aqui e acolá...


Minha mente está em pedaços....

Mas eu que aprenda a  me remontar...

Sozinho...


Tento preencher os caminhos,

Os dias...

As horas ...


Então perambulo entre a dor que sinto...

E quando sofro, eu minto...


Tantas explicações que não quero dar...


Eu fujo da luz

Já não sei mais o que me seduz ...

E em meio a tanta confusão...

Já não sei mais como se traduz....


O que sou.... o que fui.





Foto por : Cristina Barros 🖤



sexta-feira, 31 de março de 2023

.Luz.

 


Há luz lá fora,

Nenhuma aqui dentro,

Quanto mais eu fujo, mais a escuridão me apavora...

E o dia demora...

A passar,

Sinto o peso das horas sob minhas costas doloridas,

O peso dos dias, cutucando minhas feridas...

A carapaça frágil que me encontro,

É casa temporária?

A carapaça frágil que me encontro,

Sou eu,acabado de forma arbitrária ?

Vejo pelas escuras persianas ,

Há luz lá fora,

Nenhuma aqui dentro...

E então eu, frágil rebento....

Encho essa sala fazia com meu pesar ...

Eu vou conseguir lidar?

Talvez só depois de afundar...

Lá, no abismo de mim,

Naquele sentimento de desesperança

Que ignorei em mim,

Que guardei com tanta deselegância,

Lá no fundo de mim ...

Talvez eu, consiga me reerguer,

Ou pelo menos, aguardar o dia findar...

Eu queria fugir, esquecer...

Mas nada a tira de mim, eu queria flutuar...

Eu, frágil rebento a devanear...

Sozinho nessa sala escura,

Tentando organizar a mente, e fazer uma escolha segura....

Mas não sei ainda onde ir, onde pisar...

 Lá no abismo de mim,

A voz ecoa distante...

Não há nada além de mim?

E longe, eu vejo uma fagulha...


Uma estrela...

Uma luz...