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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A enseada / Tens medo do que?

O Sol "está a pino "hoje, não tenho muitas coisas na cabeça, só queria ir para longe...Deitar-me na relva, ouvir a canção do tordos...Atirar-me por ai....Me atirar ao mar, rir um pouco dos fios que deram nos em seus cabelos longos...Longos e acobreados como os de umas sereia. Será que eu acharia o caminho de volta para casa? Os trens não me deixam pensar direito, ou seria os muros dessa cidade, que destroem meus sonhos? A vida é engraçada: Os pássaros cantam, os rios cantam, por que os humanos não poderiam cantar? É lastimável viver oprimido,sobreviver esmagado, "ou tu se ajeitas ou o progresso passará por cima de ti " ele disse -Que eu morra- Deixo escapar .... Já que todos trabalhamos,para que cuidar de assuntos indiferentes? Assuntos naturais.... Quem dirá para onde iremos se o mundo acabar? quem dirá que o caminho iluminado é o certo... Quem dirá que nosso tempo se esgotou?.... Nós vamos ser atirados do abismo, eu sinto! Já posso sentir....Vejo nosso declínio,seremos destruídos pelos que tentamos destruir.. Hoje eu só queria me divertir por aí, fazer alguma coisa certa.... jogar boliche,quebrar setas; O meu coração tem uma flecha, ferindo-me..Apressando minha queda!Seria isso verdade ou pesadelo ? O inferno é aqui ... Eu sei, eu sinto, sinto o suor rasgando seu corpo masculino,mostrando seus desejos mais insanos... "Você quer vir comigo? " ele sussurrou em minha janela ... O que devo fazer? Isso é só um sonho... Ou estou acordado ? "Nós conhecemos moço bonito ?" Pergunto curiosamente, ele afirma com a cabeça e sorri, dá as costas e vejo seus cabelos:longos e acobreados.... Lembrei-me dele... O conheço tão bem; "Por que flutuas em minha janela ?" pergunto...Ele me olha com seus olhos brilhantes, irregulares, que parecem duas estrelas, pregadas no rosto como botões, "Meus olhos,sentem saudades do seu...Pássaro da noite" Uma ansiedade me abate: Sei que meu coração o pertence, mas devo atirar-me à escuridão, e segui-lo? Deixa-lo no relento, pode mata-lo... Ou já está morto ? "Sentem?Por onde andou,lua de céu estrelado ?" pergunto... "Fui até as estrelas atrás de ti, deixe-me entrar querido" Devo atirar-me a morte e amar nas escuridão.... Ou devo permanecer, travado e fadado ? Eu tenho um fogo que corre dentro de mim, metade do meu ser o ama,desde o dia que o vi na enseada... A outra metade quer saber onde pisar.... Fiz de minha vida uma lamuria eterna, devo então me arriscar? Jogar-me ao destino como marionete ? " O que queres de mim?" Pergunto seriamente. Por um momento ficamos em silêncio, ele olha pra baixo, avista um flor no jardim,ele a pega e traz para a janela oferecendo-me; "Quero-te por perto, quero que preencha minha vasta eternidade com seus brilho de quimera " coloca a flor junto de minha janela . Por um momento aquela imagem ficou pausada em meus olhos, lembrei-me de outros tempos, de outros desamores....Seria essa minha única chance de amor ? Peço que ele aguarde. Troco de roupa, coloco minhas botas de caçada...Abro a janela, ainda não está sol, quase tudo foi tomado pelo progresso, casas, prédios e fábricas.... "Se minha canção era vazia, agora será completa, leve-me contigo.Mostre-me o que o nosso amor desperta..." Lanço-me pela janela, em um ultimo sopro aveludado de vida, meu sangue ferve,sei que não tem volta.O mundo contorna, mas já é tarde e não quero escolta ; "Vamos para onde as árvores ainda balançam,O salgueiro sente sua falta... Eu senti. Dois corpos agora são um." Ah Salgueiro,digas que o tempo vai curar nossas feridas, fazer de meus olhos estrelas para meu sonho não fracassar... "meu senhor,as estrelas cabem em ti, não sinta 'morcegos no estomago" vá viver " . Dois corpos, dão um nó. Coração acelerado, dois...São um só .

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