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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Soneto 23.

Como no palco o ator que é imperfeito, Faz mal o seu papel só por temor, Ou quem, por ter repleto de ódio o peito... Vê o coração quebrar-se num tremor, Em mim, por timidez, fica omitido O rito mais solene da paixão; E o meu amor eu vejo enfraquecido, Vergado pela própria dimensão. Seja meu livro então minha eloqüência, Arauto mudo do que diz meu peito, Que implora amor e busca recompensa . Mais que a língua que mais o tenha feito. Saiba ler o que escreve o amor calado: Ouvir com os olhos é do amor o fado.



Shakespeare,William.

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