Translate

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

.Exasperado.



Um novo dia...
Outro começo... Uma nova romaria...
E a labuta é sem fim...
Não há mais espaços pela cidade para algum jardim!

E quase não sei sentir...
Não sei se sou...
Da janela... Vejo o mundo se digladiar...
E eu rele mortal, só me ponho a esperar...

Vês? 
Não há motivos para guerras...
As diferenças nos fazem iguais...
O homem pertence à terra...
E não a terra pertence ao homem... E toda essa disforia...

É um novo dia...
E a cada segundo, um novo ato de violência...
Uma nova represália...
E eu, posso afirmar que quero paz, eu sou eu transparente. 
Um humano, com dois braços e nada de diferente...

Vês? 
O medo nos faz pequeno...
O tempo corre, o dinheiro corroí, e o império se faz inteiro...
Os prédios gigantes fazem sombra...
Enquanto o nosso dinheiro some, e o deles aumenta... E nada sobra.

Toda essa cegueira, toda essa indiferença... 
Crianças sangram na rua fria
Homens são fuzilados ao raiar do dia
Mulheres são molestadas a cada esquina
E eu assisto a toda à chacina imaginando quando chegará a minha vez...

Vês?
Todos os nossos gritos são silenciados
E teu desdém te torna cúmplice
Teu descaso fere, derrama sangue...
Com nosso sangue, colorem as ruas da metrópole…

É um novo ano…
E cada promessa será deixada de lado...
Cada morte será esquecida
O barulho das buzinas silenciará o nosso choro
A publicidade incansável apagará tua memória
Mais uma vez…

E mesmo sangrando, meu grito ecoará em cada viela,
Em cada beco, cada favela,
E mesmo invisível, minha história subsistirá,
E mesmo caído, meus irmãos e irmãs me levantarão

Mais uma vez… na cidade cinzenta.


Publicação  partilhada com a Barbara Meyer, minha cara amiga de longas datas. ♥ 
Foto por : Taiane Ferreira  ♥
Disponível em: https://www.instagram.com/taianeferreiras/


Nenhum comentário:

Postar um comentário