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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

...Por entre gritos e sussurros ...



Esse sol a se por.... Avermelhado no horizonte...
E toda essa nossa reviravolta...
Os pássaros cantam nessa cidade, o galo, o sabiá...o pardal-do-monte....
Todo esse meu corpo em frangalhos... Preciso de escolta !

Como eu poderia estar lá?
Se não me cabe estar nem aqui.... Quanto mais acolá !
Como eu poderia...
Se  por entre toda essa luz avermelhada, a  escuridão me consumia !

Essa, imensidão aqui no peito...
Que finjo e afago,
E por trás  dessa lamuria  baixinha... Que  carrego nos dedos...
fingo e afago... Meu calado envolvimento .

Como eu poderia?
Essa mar que transborda pelo olhos...
pelos lábios...pelo corpo,
Todos esses sons marinhos...
Que  afago, nesse sentimento torto !

Essa falsa estabilidade,
me chacolha  por cima dentro desse mundo...
Essa falsa  diversidade...
Me fuzila  por entre esse mundo...

Essa vontade de tentar que a ferro e fogo me queima,
Mas eu me seguro, forte é meu caminho...
Pedra por pedra que afago...
E  os males, quando posso disfarço !

E me vejo frágil, cinzenta cortina de verdade...
Como eu poderia  seguir ?
Essas cicatrizes, os ossos doido, toda essa imparcialidade...
E nessa jornada... quase posso me sentir livre, quase  posso sentir!

 Essa doce constância entre tu e eu,
Doce corpo, que  se mistura ao seu...
Que me ajuda a continuar....

Se agarre a isso, pássaro cantante...
Nós já não estamos longe de mais.... Para não  termos o mesmo semblante...

Por entre nuvens, essa jura de amor eterno...
 te faço completa matéria...
Meu ébrio amante, me desgoverno,
E quase posso esquecer minhas lamurias...

Quase posso sentir que  por solidificação seremos um...
Queria pode dizer que todo esse  sofrimento do mundo é só uma ilusão...
E que me sinto incluso de verdade, nesse mundo de sermão !

Nós, nos seguramos como podemos,
E os empórios continuam a crescer....
Os jovens como eu, continuam a fenecer...
Quem sabe se fossemos outros, teríamos...

...Todo esse sofrimento nas mãos...
 não suporto pensar, que  em rubro todos os dias terminam...
E me apavoro... me detenham...

Como eu poderia ?
Salvar o mundo  dessa sangria...
Essa imensidão de pensamentos que me rodeia...

Eu me agarro a ti , pássaro cantante...
E somos dois contra toda essa loucura...
E se me depredo, colo a boca na sua...

Minha ébria metade...
Meado invertido de  mim...
Lasciva  densidade...
essa luta nossa contra o mundo caótico que se faz no fim !

Essa falsa tensidade...
Nós corremos, os carros batem...
Os titãs se digladiam enquanto os pobres se divertem...

Essa funesta cortina de envolvimento com o mundo...
Me faz menos humano do que qualquer outro moribundo...
Mas me seguro, nessa falsa  rotina....
De  ter acordar e viver, cada dia como  se não estivesse com a cabeça nessa  guilhotina.


E para proteger, fortalezas vão crescendo...
Se agarre a isso, pássaro cantante...
Nós já não estamos longe demais.... Para não  termos o mesmo semblante...

....somos dois contra toda essa loucura...
E se me depredo, colo a boca na sua...



Foto por: Taiane Ferreira. 

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